quarta-feira, 25 de março de 2009

Voltando à "Ciência" dos Homens

Depois de um longo recesso, retorno ao blog.
Li recentemente um manifesto de apologia ao ateísmo, em sites relacionados ao eximio músico Vangelis Papatanassiou, a quem muito admiro. Havia uma série de depoimentos que defendiam os ateus, sob vários pontos de vista. Um dos pontos de vista abordados pelos autores era o fato de os anti-ateus ("anateus" seria um qualificativo adequado) dizerem que os ateus são idiotas. O argumentista dá exemplo de vários ateus famosos, cujas obras e pensamentos influenciaram o desenvolvimento das ciências físicas e sociais: Karl Marx, Thomas Alva Edison, Isaac Newton, Werner von Braun, Albert Sabin, Carl Sagan, e vários outros. No Brasil mesmo, podemos citar algumas pessoas que fizeram obras notáveis, e são confessadamente ateus: Alberto Santos-Dumont, Oscar Niemeyer, Vinícius de Morais, Chico Buarque de Holanda, Dráuzio Varela, e mais alguns, cujos nomes não me vêm à memória.
Logicamente, não me considero tão capacitado, a ponto de menosprezar a existência de Deus, até mesmo a necessidade que nós, meros mortais, temos de crer em Deus. Pelo menos, em algum Ser que possa nos proteger, ou que possa entender as coisas que não podemos. As leis da natureza, que os eruditos têm tentado decifrar e codificar desde a Antiguidade, têm tanta lógica e exatidão (embora muitas vezes essa lógica nos escape), que só podem mesmo ter sido elaboradas e controladas por um Ser extremamente inteligente. Mais do que inteligente: sábio, capaz e generoso.
Atribuir a existência de todo este complexo Universo ao acaso, ou à atividade aleatória do binômio matéria-energia, parece-me um ato de muita simplicidade (no sentido de pessoas simplórias, mesmo), combinada com uma arrogância desmedida.
Todos os chamados "gênios" acabaram morrendo - alguns ainda bem jovens - e sua "ciência", embora tenha ficado escrita, ainda carece de uma prova cabal.
Por outro lado, os "crentes", aqueles que têm a humildade de reconhecer a autoridade, o poder e o amor de um Deus superior, mesmo que tenham vidas simples, às vezes pobres materialmente, e às vezes, dotados de doenças e limitações, são mais completos, no sentido de que tudo o que necessitam para ser felizes é a fé na Providência Divina.
Teorias incoerentes e desnecessárias, como a da Evolução Biológica, de Charles Darwin, a da Reencarnação de Leon Denizard, ou as da Relatividade, de Einstein, e suas conseqüentes (Big-Bang, Cordas, Mambas, e outras que o valham), além de se perderem em suas próprias contradições e incoerências, não têm nenhum sentido prático.
Dogmáticos fundamentalistas dessas crenças, chamadas, por eles mesmos, "ciências", usam milhões de dólares, anualmente, em experiências e tentativas, para provarem a "verdade" daquilo em que acreditam, e ganham prestígio e simpatia de governos e entidades de classes, inutilmente. Se há alguma "ciência" necessária à Humanidade, é a do próprio Humanismo. Se algum dia conseguirem provar que o ser humano e os chamados símios se originam de uma mesma raiz, qual será a utilidade prática desse conhecimento? Farão mixagens genéticas entre homens e gorilas, para criar humanóides com grande força física? Ou tentarão criar meninos com caudas longas, como a do macaco-aranha, para que eles se dependurem nos galhos e fiquem com as quatro mãos livres para executar as tarefas artesanais? Tentarão dar asas so Homem, misturando sua essência genética com a dos condores? Qual será, na verdade, a utilidade de tais teorias? Gosto de desenvolvimento e de tecnologia, mas, admitam, eles só têm sentido com um fundo de praticidade e exequibilidade (por que extinguiram o trema?).
Enquanto os teóricos filosofam, os práticos desenvolvem o mundo.
Duvido muito que os inventores da roda, da alavanca, da faca, do arco-e-flexas, da corda, do processo de fazer fogo e do espeto, os maiores inventores da História, tenham usado sua capacidade mental para elocubrar teorias inúteis e desnecessárias.
Quantos séculos não têm se perdido, por andarmos sempre nos extremos opostos do conhecimento?
Por um lado, há a ignorância e a prepotência dos donos do poder, que, ao longo das épocas, travaram uma vasta gama de conhecimentos práticos e plausíveis. Se, por exemplo, Leonardo da Vinci não tivesse escondido suas idéias, talvez tivéssemos entrado voando no Século XVII.
Pelo outro lado, há a indolência e a vaidade dos pensadores que, aproveitando-se da quebra do monopólio intelectual do Vaticano, causada pela ousadia dos reformadores protestantes, mergulharam em infinitas e variadas teorias e tentativas de explicar o mundo sem Deus, e nada produziram, nos últimos cinco séculos, de prático ou razoável.
O ideal, no meu ponto de vista, é sempre o equilíbrio. É andar no meio da via, sem cair para a extrema esquerda nem para a direita, e raciocinar com teorias que tenham objetivos práticos, e com práticas com boa base teórica, que facilitem a vida, promovam a igualdade, a manutenção da saúde e o benefício da razão, sem o esquecimento de que, neste mundo, nada temos de eterno, nem de nosso.
Se eu tivesse que defender alguma linha filosófica, defenderia a teoria Centre.
(Fica para uma próxima).